Add your promotional text...

As cartas de Paulo.

I. Souza

5/8/202410 min read

Vamos começar a trajetória da vida de Saulo de tarso, o tribuno, implacável inimigo dos cristãos, doutor das leis, que por intervenção e vontade do próprio Jesus, que lhe apareceu no deserto, veio a se tornar o maior de todos os apóstolos, o grande propagador do Cristianismo.

Se não fosse pelo árduo trabalho do então agora chamado Paulo, que deixou seu inestimável legado na divulgação do Cristianismo, não fosse por ele, teria sido muito difícil que o Cristianismo se propagasse além de seu nascedouro Judaico, talvez não teria sobrevivido com a autonomia que teve, poderia ter vindo mesmo a fenecer ou ter sido incorporado ao Judaísmo como mais uma seita.

Paulo, que não tinha sido escolhido entre os doze apóstolos que foram chamados por Jesus e que o seguiam, mas como já dito, era ferrenho perseguidor, se tornaria o autor das belas epistolas que passaremos a dissertar.

Em viagem pelo deserto, em perseguição á Ananias, se depara com uma forte luz á sua frente, semelhante ao relâmpago, disseram outros, a qual era o próprio Jesus que se lhe apresentava, e perguntou-lhe: "-Saulo, Saulo, porque me persegues?" e lhe responde Saulo: "-Quem sois vós Senhor?", o inflexível doutor das leis curva-se para o solo, chora copiosamente, em pranto convulsivo, parecia ferido de morte. O Cristo magnanimo e incompreendido estava a sua frente, mesmo sem nunca te-lo visto em vida, o reconhecia sem dúvidas, e compreendia então que havia sido chamado por ele por todos os meios e todos os lados, ele, Saulo a ovelha perdida, Jesus o pastor amigo.

Saulo então responde," Senhor, o que quereis que eu te faça?", e a resposta: "Levanta-te, entra na cidade, lá te será dito o que fazer. Saulo esfrega os olhos e nota que está cego, só voltando a enxergar após seu encontro com Ananias, a quem perseguia, que o curou, devolvendo-lhe a visão, obedecendo a Jesus.

(do livro Paulo e Estevão, psicografado por Chico Xavier, ditado pelo espiríto Emanuel): leitura recomendada.

A partir de aí, começa a grande jornada de transformação do antigo tribuno, que seria então moldado, temperado, para que se tornasse o apóstolo Paulo.

----------------------------------------------------------

I

Carta de Paulo aos Romanos

"Anseio vê-los, a fim de compartilhar com voces algum dom espiritual, para fortalecê-los, isto é, para que eu e voces sejamos mutuamente encorajados pela fé. Quero que voces saibam, irmãos, que muitas vezes planejei visitá-los, mas fui impedido até agora. meu propósito é colher algum fruto entre voces, assim como tenho colhido entre os demais gentios." (Romanos, 1)

Resumo:

A Carta de Paulo aos Romanos, foi escrita antes de Paulo ter estado lá, foi escrita em Corinto, no ano 57 D.C., durante o ministério de Paulo em Corinto. A carta é uma das epístolas do Novo Testamento, escrita para explicar uma visão detalhada do Evangelho e da justificação pela fé em Cristo. Aborda a condição humana marcada pelo pecado e a necessidade da salvação, explicando de forma abrangente a justiça de Deus e a salvação pela fé em Jesus Cristo. Paulo aborda a pecaminosidade da humanidade, explicando que todos pecaram e necessitam da graça divina. Paulo destaca que essa salvação é oferecida a todos, Judeus e Gentios, sem distinção e que a justificação pela fé seria o caminho da reconciliação com Deus.

A Carta aos Romanos, escrita pelo apóstolo Paulo, é considerada uma das mais profundas epístolas teológicas do Novo Testamento. Endereçada aos cristãos em Roma, esta tem como objetivo explicar a justiça de Deus e a salvação oferecida por meio da fé em Jesus Cristo. Paulo começa a carta abordando a pecaminosidade de toda a humanidade. Ele argumenta que tanto judeus quanto gentios estão sob a condenação do pecado e necessitam da salvação. A frase icônica "todos pecaram e carecem da glória de Deus" (Romanos 3:23) resume a condição universal da humanidade. Neste contexto, Paulo introduz a justiça de Deus que é revelada por meio da fé em Jesus Cristo.

Justificação pela Fé: Paulo usa o exemplo de Abraão para ilustrar que a justificação vem pela fé e não pelas obras da lei. Ele explica que a fé de Abraão foi creditada como justiça antes da lei mosaica, "ou os dez mandamentos trazidos por Moisés, quando este estava nas montanhas e os recebeu de Deus escritos em duas tábuas de pedras", destacando que a salvação é um dom da graça de Deus. O capítulo 5 celebra os benefícios dessa justificação, incluindo a paz com Deus, a esperança da glória futura e a reconciliação através de Cristo.

Vida em Cristo: A partir do capítulo 6, onde Paulo aborda a nova vida que os crentes têm em Cristo. Ele fala sobre a liberdade do pecado e a vida no Espírito. O capítulo 7 descreve a luta interna contra o pecado, enquanto o capítulo 8 oferece consolo ao enfatizar que não há condenação para aqueles que estão em Cristo Jesus. Paulo também fala sobre a obra do Espírito Santo em ajudar os crentes a viverem conforme a vontade de Deus.

O Plano Soberano de Deus nos capítulos 10 e 11, onde Paulo explora o mistério da eleição divina e o papel de Israel no plano de salvação de Deus. Ele ressalta a fidelidade de Deus às Suas promessas e destaca que, apesar da rejeição de Israel, um remanescente será salvo. Paulo termina com um hino de louvor à sabedoria e aos caminhos insondáveis de Deus.

A partir do capítulo 12, Paulo explica o conceito de vida prática e comunidade Cristã. Paulo oferece orientações práticas sobre como viver como seguidores de Cristo. Ele exorta os crentes a oferecerem seus corpos como sacrifícios vivos e a se transformarem pela renovação da mente. Paulo também discute a importância do amor, da humildade e da unidade dentro da comunidade cristã. O capítulo 16 conclui com saudações pessoais a diversos membros da igreja em Roma.

A Carta aos Romanos é um tesouro de ensinamentos teológicos e práticos que continuam a impactar e inspirar cristãos ao longo dos séculos. Ao abordar a pecaminosidade humana, a justificação pela fé, a nova vida em Cristo e o plano soberano de Deus. Paulo nos convida a uma compreensão mais profunda da graça e da justiça de Deus.

Que possamos ser transformados por estas verdades e viver de acordo com o chamado de Deus em nossas vidas.

------------------------------------------------------------

II

Primeira Carta

Aos

Corintios

Nesta carta, Paulo lida com diversos problemas na igreja de Corinto, incluindo divisões, imoralidade, e abusos nos cultos. Ele também ensina sobre o amor e os dons espirituais.

Em meio aos tempos antigos, quando a humanidade buscava respostas e a fé florescia nos corações, surge Paulo, um apóstolo fervoroso, enviado por Deus para iluminar os caminhos tortuosos. Sua Primeira Carta aos Coríntios não é apenas um conjunto de palavras, mas uma sinfonia de sabedoria divina, tecida com amor e esperança.

No início da carta, Paulo, como um jardineiro da alma, planta sementes de unidade e amor. Ele clama aos coríntios que deixem de lado as divisões e se unam em um só espírito. Advertia quanto a imoralidade entre eles, que aquilo não era bom:

"Voces não sabem que um pouco de fermento faz toda a massa ficar fermentada? Livrem-se do fermento velho, para que sejam massa nova e sem fermento". (Corintios 5:6/7)

"Tudo me é permitido, mas nem tudo me convém".

"Os alimentos foram feitos para o estomago, e o estomago para os alimentos, mas Deus destruirá a ambos. O corpo, porém, não é para a imoralidade, mas para o Senhor e o Senhor para o corpo". ( Corintios 6:12/13)

Paulo advertia os irmãos para não pecarem contra o próprio corpo, para que fugissem da imoralidade sexual: "Todos os outros pecados que a pessoa comete, fora do corpo os comete, mas quem peca sexualmente, peca contra seu próprio corpo" (Cor. 6:18)

O corpo que habitamos nos foi dado por Deus, foi comprado por alto preço, portanto devemos glorificar a Deus com nosso próprio corpo.

“O amor é paciente, o amor é bondoso. Não inveja, não se vangloria, não se orgulha.”

Paulo contrasta a sabedoria divina com a superficialidade da sabedoria mundana. Em tons poéticos, ele descreve como Deus escolhe os humildes e insignificantes para confundir os sábios e poderosos:

“Mas Deus escolheu as coisas loucas do mundo para envergonhar os sábios, e escolheu as coisas fracas do mundo para envergonhar os fortes.”

A carta atinge seu ápice no capítulo 13, onde o "tecelão" do Evangelho descreve a supremacia do amor, o maior dos dons. Com uma linguagem lírica e figuras de linguagem como metáforas e antíteses, ele exalta o amor como a essência de todas as virtudes:

“Ainda que eu fale as línguas dos homens e dos anjos, se não tiver amor, serei como um sino que ressoa ou um prato que retine. Ainda que eu tenha o dom da profecia, saiba todos os mistérios e todo o conhecimento e tenha uma fé de mover montanhas, se eu não tiver amor..." (Cor. 13:2/3). Ele ensina aos irmãos que o amor é maior e mais nobre dos sentimentos, que os irmãos e todos os seres humanos devem se amar incondicionalmente, não o amor erótico, mas o ágape, o amor de Deus que irradia em todos os corações, que devem se amar uns aos outros assim como fomos e somos amados por Deus e por nosso Senhor Jesus Cristo.

"O amor é paciente, é bondoso, não inveja, não se vangloria, não se orgulha, não maltrata, não procura seus interesses, não se ira facilmente, ...", Paulo brilhantemente descreve as qualidades do amor, como a paciencia, bondade, ausencia de inveja e orgulho, enfatizando que o amor é altruísta e transformador. è também um convite para que nos dias atuais continuemos praticando essas virtudes em nossas relações diárias, mostrando que o amor não se limita a sentimento, mas demonstrado através de ações e comportamentos.

Por fim, Paulo encoraja os coríntios a permanecerem firmes em sua fé, comparando a vida cristã a uma corrida em que todos correm, mas apenas aqueles que perseveram até o fim alcançam a vitória:

“Não sabeis vós que os que correm no estádio, todos, na verdade, correm, mas um só leva o prêmio? Correi de tal maneira que o alcanceis.”

A Primeira Carta de Paulo aos Coríntios é uma obra atemporal que ressoa através dos séculos, inspirando e guiando os fiéis em sua jornada espiritual. Em suas palavras, encontramos a essência do amor, da unidade, da sabedoria divina e da esperança eterna. É um convite para abraçar a fé com todo o coração e viver em harmonia com os ensinamentos de Cristo.

-----------------------------------------------------------------------

III

Segunda Carta

Aos

Coríntios

Paulo escreve para defender seu apostolado e encorajar os coríntios em meio a desafios. Ele fala sobre sofrimento, reconciliação e a generosidade nas contribuições. Em meio às provas e tribulações, Paulo surge como uma estrela guia, enviando sua segunda carta aos Coríntios. Suas palavras são um bálsamo para os corações aflitos, uma canção de esperança e reconciliação que ressoa através dos tempos.

Paulo inicia a carta oferecendo consolo aos coríntios, comparando o conforto divino a um manto que aquece a alma em tempos de incerteza. Sua linguagem é suave e envolvente, usando metáforas que trazem uma sensação de paz:

“Bendito seja o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, o Pai das misericórdias e Deus de toda consolação, que nos consola em todas as nossas tribulações.”

Paulo clama pela reconciliação, como um jardineiro que cultiva a paz entre os irmãos. Ele utiliza figuras de linguagem para enfatizar a importância de deixar para trás as mágoas e abraçar o perdão:

“Somos, pois, embaixadores em nome de Cristo, como se Deus exortasse por nosso intermédio. Em nome de Cristo, pois, rogamos que vos reconcilieis com Deus.”

Com uma analogia poderosa, Paulo compara os fiéis a vasos de barro que, apesar de frágeis, carregam o tesouro inestimável da luz divina, ressalta a dualidade da condição humana, feita de fraqueza e glória:

“Temos, porém, este tesouro em vasos de barro, para que a excelência do poder seja de Deus, e não de nós.”

Paulo encoraja os coríntios a olharem além das aflições terrenas e enxergarem a promessa da vida eterna, como um vento suave que sussurra esperanças de um novo amanhecer:

“Porque a nossa leve e momentânea tribulação produz para nós um peso eterno de glória mui excelente.”

Envolvido pela graça divina, Paulo revela suas próprias vulnerabilidades, utilizando a metáfora de um espinho na carne para mostrar que a graça de Deus é suficiente para sustentá-lo: “E disse-me:

" A minha graça te basta, porque o meu poder se aperfeiçoa na fraqueza. De boa vontade, pois, me gloriarei nas minhas fraquezas, para que em mim habite o poder de Cristo.”

A Segunda Carta de Paulo aos Coríntios é um hino de fé e esperança, um convite para abraçar a reconciliação e confiar no conforto divino. Em suas palavras, encontramos a beleza de uma fé inabalável e a certeza de que, mesmo em nossa fragilidade, somos portadores da luz divina.

A mensagem de Paulo, tanto na Primeira quanto na Segunda Carta aos Coríntios, carrega ensinamentos atemporais que ainda se aplicam à vida contemporânea de maneira profunda e relevante.

Em um mundo frequentemente dividido por diferenças culturais, políticas e sociais, a mensagem de Paulo sobre a unidade e o amor entre os membros da comunidade é essencial. Ele nos lembra que, apesar de nossas diferenças, todos somos partes de um mesmo corpo e devemos nos amar e respeitar mutuamente. Promover a tolerância, empatia e a colaboração em nossa sociedade, valorizando a diversidade e trabalhando juntos para um bem comum, é também uma de suas diretrizes.

Em uma era de informação e conhecimento rápido, é fácil cair na armadilha da arrogância intelectual. Paulo nos lembra que a verdadeira sabedoria vem de reconhecer nossa humildade diante de Deus, buscando um equilíbrio entre o conhecimento e a humildade, reconhecendo que há sempre algo novo a aprender e que devemos estar abertos a diferentes perspectivas.

Muitas pessoas enfrentam desafios pessoais e profissionais que podem parecer insuperáveis. A mensagem de Paulo sobre a graça de Deus sendo suficiente para superar nossas fraquezas é um lembrete poderoso de que não estamos sozinhos em nossas lutas, encorajando uma mentalidade de resiliência, aceitando nossas limitações e confiando que, com fé e perseverança, podemos superar as adversidades.

Conflitos e desentendimentos são comuns em qualquer sociedade. Paulo exorta os coríntios a buscarem a reconciliação e o perdão, um princípio que ainda é vital hoje. Em um mundo muitas vezes marcado pelo materialismo e pelo imediatismo, a mensagem de Paulo sobre a esperança na vida eterna oferece uma perspectiva mais ampla e espiritual, incentivando uma visão de vida que vá além do aqui e agora, cultivando a espiritualidade e a esperança em algo maior do que nós mesmos.

Esses ensinamentos de Paulo são como um farol que ilumina nosso caminho, oferecendo orientação e esperança em meio às complexidades da vida moderna.

---------------------------------------------------------------------------